As análises químicas estão entre as técnicas analíticas mais utilizadas para a caracterização de minerais industriais e de compostos inorgânicos. Podem ser realizadas por técnicas diversas: FRX (fluorescência de raios X), ICP (plasma por acoplamento indutivo), EAA (espectrometria de absorção atômica), etc.; e fornecem informações a respeito da proporção entre os elementos químicos que constituem os compostos.
Sua importância se deve ao fato de que boa parte das propriedades dos minerais e dos compostos inorgânicos são determinadas, em primeira instância, pela composição química. Neste sentido, as análises químicas podem ser muito úteis para indicar, por exemplo, a pureza de determinados minerais e compostos químicos, bem como a natureza e proporção dos contaminantes presentes.
No caso dos materiais cerâmicos tradicionais, muitos comportamentos podem ser previstos ou explicados a partir das análises químicas, tais como a cor de queima (altamente dependente dos teores de Al2O3, Fe2O3 e TiO2) , a viscosidade dos vidros (afetada pelos teores de SiO2, Na2O e K2O), a refratariedade e a fusibilidade das matérias-primas (razão SiO2/Al2O3 e álcalis) e até mesmo a toxicidade (presença de chumbo e outros metais pesados) e a radioatividade (teores de tório e urânio) de determinados compostos. Nesse sentido, as análises químicas são muito utilizadas na pesquisa de novas matérias-primas, desenvolvimento de contratipos para compostos existentes e para o controle de qualidade de lotes de produção.
Um erro frequente, todavia, consiste em utilizar a análise química como única informação para predizer ou explicar determinados fenômenos, que são afetados por outros fatores além da composição química. Neste sentido, a combinação das análises químicas com outras técnicas de caracterização (análise mineralógica, de tamanhos de partículas, de área superficial específica, etc.) é fundamental. Sendo assim, além da seleção da técnica de análise química mais adequada para os elementos e concentrações de interesse, é fundamental que se conheça o potencial de cada análise de laboratório, para que estas possam contribuir efetivamente para a resolução de problemas industriais.